Insônia e Distúrbios de Sono
Neurologista em Maringá
Os distúrbios do sono são problemas que afetam a qualidade e a quantidade do sono, podendo ter um impacto significativo na saúde e no bem-estar de uma pessoa. Um dos distúrbios do sono mais comuns é a insônia, que pode ser dividida em insônia de início, caracterizada pela dificuldade em adormecer, ou insônia de manutenção, caracterizada por manter o sono durante a noite, resultando em uma sensação de sono insatisfatório. A insônia pode ser causada por diversos fatores, como estresse, ansiedade, depressão, uso de medicamentos, mas principalmente por hábitos inadequados de sono. Compreender esses distúrbios e buscar tratamento adequado é fundamental para restaurar um sono saudável e promover uma boa qualidade de vida. O uso de medicações indutoras do sono é uma exceção, pois pode ser deletério a longo prazo.
Como funciona um sono normal?
Durante o sono, passamos por diferentes estágios que se repetem várias vezes durante a noite. Existem dois principais tipos de sono: o sono REM e o sono não REM. REM significa "Rapid Eye Movement", isto é, movimento rápido dos olhos, uma característica desta fase do sono.
No início do sono, entramos em estágios de sono não REM, que são divididos em três fases. Na fase 1, ocorre uma transição entre a vigília e o sono, e o sono ainda é leve. Na fase 2, o sono se aprofunda e começam a surgir ondas cerebrais características. Na fase 3, também conhecida como sono de ondas lentas, ocorrem as ondas cerebrais mais lentas e profundas, sendo o período de sono mais reparador.
Após as fases de sono não REM, entramos na fase do sono REM, que é a fase do sono mais ativa. Nesse estágio, ocorre um aumento da atividade cerebral e sonhamos com maior frequência. Durante o sono REM, os músculos ficam relaxados apesar da grande atividade elétrica cerebral e ocorre a regulação das funções cognitivas.
Ao longo da noite, passamos por vários ciclos de sono, alternando entre as fases de sono não REM e sono REM. Um sono normal consiste em uma sequência adequada e equilibrada desses estágios, permitindo que o corpo descanse, se repare e se recupere adequadamente.
Quantas horas uma pessoa tem que dormir?
É importante ressaltar que a duração e a distribuição dos estágios do sono podem variar de pessoa para pessoa, mas um sono saudável e restaurador geralmente envolve um equilíbrio adequado entre o sono não REM e REM, permitindo um descanso completo e revigorante. Na primeira infância, precisamos de 12 horas de sono, diminuindo progressivamente esse valor até que um idoso geralmente fica bem com 6 horas de sono. O mais importante é o paciente acordar bem-disposto e com a sensação de sono reparador.
Quais os tipos de insônia?
Existem diferentes tipos de insônia, que podem ser classificados com base nas causas e características dos distúrbios do sono. Alguns dos tipos mais comuns de insônia incluem: insônia de início do sono, que é a dificuldade em adormecer no início da noite, resultando em um atraso no tempo total de sono; insônia de manutenção do sono, que cursa com dificuldade em manter o sono ao longo da noite, com despertares frequentes ou sono superficial; a insônia terminal corresponde ao acordar muito cedo pela manhã e ter dificuldade em voltar a dormir; já a insônia crônica é a dificuldade persistente em adormecer ou manter o sono por pelo menos três noites por semana, por um período de três meses ou mais. A insônia também pode ser aguda, que é a dificuldade temporária em dormir devido a situações de estresse, mudanças no ambiente ou eventos da vida, bem como pode ser uma insônia secundária, que é aquela associada a condições médicas subjacentes, como dor crônica, distúrbios respiratórios do sono, transtornos psiquiátricos ou efeitos colaterais de medicamentos. Cada tipo de insônia pode ter causas específicas e requer abordagens de tratamento adequadas.
Existe remédio para ajudar a dormir?
Sim, existem medicamentos que podemos usar para ajudar a dormir, promovendo o sono. Esses medicamentos são conhecidos como hipnóticos ou sedativos, porém seu uso é uma exceção. Eles podem ser prescritos por um médico para uso temporário em casos de insônia aguda ou quando outras medidas não medicamentosas não são eficazes. Os medicamentos para dormir mais comumente prescritos incluem benzodiazepínicos, como clonazepam e lorazepam, e medicamentos sedativos não benzodiazepínicos, como zolpidem e zopiclona. É importante ressaltar que esses medicamentos alteram a arquitetura do sono, promovendo um aumento do tempo de sono sem necessariamente ter ganho de sono reparador. Além disso, eles têm potencial de causar dependência e efeitos colaterais importantes a longo prazo. O tratamento da insônia deve sempre envolver terapias comportamentais, hábitos de higiene do sono, mudanças no estilo de vida e abordagens não farmacológicas, dependendo da causa desencadeante e gravidade do distúrbio do sono.
Qual o principal tratamento para insônia?
O tratamento ideal para a insônia pode variar de pessoa para pessoa, pois depende das causas subjacentes e das características individuais. No geral, abordagens NÃO medicamentosas são consideradas o tratamento de primeira linha e podem incluir:
- Higiene do sono: estabelecer uma rotina regular de sono, criar um ambiente propício para dormir (quarto escuro, confortável e silencioso) e evitar estimulantes, como cafeína e eletrônicos, antes de dormir. Tenha em mente que a cama deve ser utilizada exclusivamente para dormir e/ou ter relações sexuais, somente;
- Terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I): um tipo de terapia que aborda os pensamentos e comportamentos relacionados ao sono, ensinando técnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva e estabelecimento de horários regulares de sono.
- Mudanças no estilo de vida: incluindo exercícios regulares, alimentação equilibrada, evitar cochilos excessivos durante o dia e limitar o consumo de álcool e tabaco.
- Gerenciamento do estresse: técnicas de relaxamento, meditação, respiração profunda e outras práticas de redução do estresse podem ser úteis para promover o sono.
Em alguns casos, quando as medidas não medicamentosas não são suficientes, o médico pode prescrever medicamentos para ajudar a tratar a insônia de uma forma temporária até que as mudanças supracitadas sejam melhor estabelecidas.
Como parar de usar tarja preta para dormir?
Para parar de usar medicamentos tarja preta para dormir, é importante seguir uma abordagem gradual e contar com a orientação adequada de um médico. Primeiramente, marque uma consulta com um profissional para discutir sua intenção de interromper o uso dos medicamentos para dormir. Então, é fornecido um plano personalizado de descontinuação, que geralmente envolve a redução gradual da dose ao longo do tempo. Além disso, é essencial adotar técnicas de higiene do sono para melhorar a qualidade do sono naturalmente. Considerar a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) também pode ser uma opção eficaz. Durante todo o processo, é importante buscar suporte e acompanhamento. Isso pode incluir o apoio de profissionais de saúde e também de pessoas próximas, que podem oferecer suporte emocional e incentivo durante a transição. Cada pessoa é única e pode responder de maneira diferente ao processo de descontinuação dos medicamentos para dormir, portanto, é fundamental seguir as orientações médicas e ter paciência consigo mesmo. O objetivo é buscar alternativas saudáveis para promover um sono de qualidade.
O que é a apneia obstrutiva do sono?
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio do sono caracterizado pela obstrução parcial ou completa das vias respiratórias durante o sono. Isso ocorre quando os músculos da garganta relaxam excessivamente, causando o estreitamento ou o fechamento das vias aéreas superiores. Como resultado, a respiração é interrompida repetidamente durante a noite, levando a despertares breves e interrupções no sono. Os principais sintomas incluem ronco alto e frequente, pausas respiratórias durante o sono, sonolência diurna excessiva, dificuldade de concentração, irritabilidade, cansaço constante, dores de cabeça matinais e problemas de memória. Essa condição pode ter consequências significativas para a saúde, como aumento do risco de pressão alta, doenças cardíacas, diabetes tipo 2, acidentes automobilísticos e diminuição da qualidade de vida. O diagnóstico da apneia obstrutiva do sono é feito por meio de estudos do sono, como a polissonografia.
Como funciona uma polissonografia?
A polissonografia é um exame diagnóstico realizado para avaliar o sono e detectar distúrbios relacionados. Durante o exame, o paciente passa a noite em um laboratório do sono, onde é monitorado por sensores e equipamentos especializados. Esses dispositivos registram diversas variáveis, como atividade cerebral, movimentos oculares, movimentos do corpo, frequência cardíaca, nível de oxigênio no sangue, fluxo de ar nasal e ronco. Essas informações são analisadas por profissionais especializados em medicina do sono para identificar possíveis distúrbios, como apneia do sono, movimentos periódicos das pernas, insônia, entre outros. A polissonografia é um exame seguro e indolor, e os resultados obtidos ajudam no diagnóstico preciso e no planejamento do tratamento adequado para problemas do sono.
Sobre o Médico
Dr. Gabriel Bortoli
Médico Neurologista | CRM-PR: 41011 | RQE 32992
Sou o Dr. Gabriel Bortoli, médico neurologista apaixonado pela minha profissão. Minha jornada acadêmica começou na Universidade Estadual de Maringá, onde me formei em Medicina.
Após concluir a graduação, busquei aprimorar meus conhecimentos e habilidades na área de Neurologia. Realizei minha Residência de Neurologia no renomado Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, local em que tive a oportunidade de aprender com os melhores profissionais da área.
Concluída a residência, recebi o convite dos professores de Neurologia da USP para ser Preceptor da residência de Neurologia, cargo que exerço atualmente, o que me permite compartilhar, de forma detalhada e precisa, minha paixão e conhecimento com os residentes em formação. Para mim, ensinar é uma oportunidade de contribuir para a formação de novos profissionais e disseminar o amor pela neurociência.
Meu interesse pela neurociência começou antes mesmo da graduação. Durante o período escolar, desenvolvi interesse por artigos e revistas de neurociência. Contudo, no terceiro ano do ensino médio, percebi que esse hobby poderia ser minha profissão. Foi quando decidi estudar medicina, o que combinou minha paixão pela área com a possibilidade de ajudar pessoas.
Com minha dedicação e amor pela profissão, sou um profissional comprometido em proporcionar um atendimento cuidadoso e preciso aos meus pacientes, aliando o que há de mais moderno e eficaz em minha área. Minha sólida formação, juntamente da paixão pela neurologia, permite que eu ofereça o melhor atendimento possível ao paciente, tomando o tempo que for necessário numa consulta para compreender suas necessidades e fornecer um tratamento de excelência.