Alzheimer e outras demências

Neurologista em Maringá


As demências, incluindo a doença de Alzheimer, são condições neurológicas que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a capacidade de realizar atividades diárias. O Alzheimer é a forma mais comum de demência, representando a maioria dos casos. Caracteriza-se pela perda progressiva da memória e de outras funções cognitivas, interferindo significativamente na vida do indivíduo. Além do Alzheimer, existem outros tipos de demência, como a demência vascular, demência frontotemporal e a demência de corpos de Lewy. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento e o planejamento adequado do cuidado. O suporte dos familiares e cuidadores é essencial para proporcionar qualidade de vida aos pacientes.

Causas do Alzheimer

As demências possuem causas variadas, entretanto, alguns fatores de risco são comuns, como idade avançada, histórico familiar, tabagismo, baixa escolaridade e lesões cerebrais, assim como outras doenças crônicas, como surdez, depressão e sedentarismo. A Doença de Alzheimer é caracterizada pelo acúmulo de placas de proteína beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares no cérebro. Já a demência vascular resulta de danos nos vasos sanguíneos que fornecem sangue ao cérebro, levando a lesões cerebrais que alteram o processamento de informações. Por sua vez, a demência de corpos de Lewy se caracteriza pela presença de aglomerados anormais de proteínas chamadas alfa-sinucleína no cérebro, afetando a função cognitiva e o controle motor. A demência frontotemporal ocorre por danos progressivos nas regiões frontal e temporal do cérebro, afetando principalmente a personalidade e o comportamento.

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Sinais e Sintomas

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta o cérebro. Clinicamente, caracteriza-se por comprometimento cognitivo, especialmente na memória e orientação espacial, além de alterações no pensamento, linguagem, orientação temporal, habilidades visuais e controle emocional. Nos estágios iniciais, são comuns lapsos de memória, dificuldade em encontrar palavras e problemas de concentração. O paciente também enfrenta dificuldade em se localizar em espaços abertos. Conforme a doença avança, ocorre um declínio progressivo da memória e função cognitiva, afetando a capacidade de realizar atividades diárias. Alterações comportamentais, como irritabilidade, apatia e agitação, também podem ser observadas. O quadro clínico da doença de Alzheimer é variável e o diagnóstico em fases precoces muitas vezes é negligenciado.

Diagnóstico de Alzheimer

O diagnóstico da doença de Alzheimer é complexo e requer uma avaliação médica especializada. Suspeita-se da doença em idosos com um início gradual e progressivo de declínio da memória, acompanhado por pelo menos um outro comprometimento cognitivo que afeta as atividades diárias. Além dos sinais e sintomas mencionados anteriormente, a avaliação neuropsicológica combinada com exames de neuroimagem é fundamental para apoiar o diagnóstico. O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e o Montreal Cognitive Assessment (MoCA) são exemplos de testes de triagem que podem ser utilizados, juntamente com a ressonância magnética craniana, que é importante para descartar outras patologias e pode revelar achados específicos, como atrofia hipocampal e pré-cuneus, áreas do cérebro frequentemente afetadas pela doença de Alzheimer. Existem outros exames, como o PET-CT cerebral com FDG, o PET-CT com amiloide e a utilização de biomarcadores no líquido cefalorraquidiano (por exemplo, dosagem da proteína TAU fosforilada e beta-amiloide), bem como testes genéticos, mas cada um deles tem suas indicações apropriadas.

Quais outras demências que podem existir?

Existem diversas formas de demência, além da doença de Alzheimer, cada uma com seu próprio quadro clínico característico. Algumas das demências mais comuns incluem a demência vascular, que ocorre frequentemente em indivíduos com hipertensão não controlada e apresenta sintomas como dificuldade de concentração, lentidão no raciocínio e problemas de memória. Já a demência por corpos de Lewy é caracterizada por alucinações visuais, flutuações cognitivas ao longo do dia, rigidez e tremores semelhantes aos da doença de Parkinson. A demência frontotemporal, por sua vez, manifesta-se por mudanças na personalidade, no comportamento e nas habilidades de linguagem, incluindo falta de empatia, comportamento impulsivo, dificuldades na fala e dificuldade de organização. É importante ressaltar que cada tipo de demência possui suas próprias características específicas, e é comum a ocorrência de duas ou mais patologias associadas causando a demência em indivíduos com mais de 70 anos.

Tratamento, suporte e cuidados

O tratamento das demências requer uma abordagem multidisciplinar, visando melhorar a qualidade de vida do paciente. Além dos medicamentos específicos para cada tipo de demência, são adotadas medidas de suporte e cuidados, tais como:

  • Comunicação assertiva e explicação à família sobre a história natural da doença, evolução do paciente e dicas que facilitem o cuidado;
  • Manter o paciente inserido no ambiente familiar, auxiliando-o em tarefas como cozinhar e compartilhar refeições com os demais familiares, além de auxiliar nas atividades financeiras e compras;
  • Estimulação cognitiva por meio de atividades que envolvam raciocínio, memória e atenção, com o objetivo de manter a função cognitiva;
  • Terapia ocupacional para auxiliar na manutenção da independência nas atividades diárias;
  • Suporte emocional, com apoio psicológico tanto para o paciente quanto para os familiares, auxiliando no enfrentamento dos desafios emocionais;
  • Criação de um ambiente seguro, com ajustes para prevenir quedas e acidentes;
  • Nutrição adequada, considerando que o idoso com demência pode ter uma diminuição do apetite, sendo necessário evitar alimentos com baixo valor nutricional;
  • Prática de exercícios físicos adequados às condições do paciente, visando manter a saúde e a mobilidade;
  • Monitoramento médico regular, para ajustes no tratamento e avaliação do progresso da doença.


É importante ressaltar que esses cuidados são dinâmicos e as estratégias adotadas variam de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra.

Cuidados para o cuidador de uma pessoa com demência

O cuidador desempenha um papel crucial na qualidade de vida de um paciente com demência. É fundamental que o cuidador se informe sobre a doença e seus sintomas, buscando apoio e orientação de profissionais de saúde. Além disso, é importante que o cuidador cuide de si mesmo, reservando tempo para descanso, buscando apoio emocional e cuidando de sua própria saúde física e mental.


Participar de grupos de apoio específicos para cuidadores, conversar com outros cuidadores que enfrentam situações semelhantes e buscar recursos e orientações de profissionais de saúde especializados são medidas importantes. Reconhecer os próprios limites e pedir ajuda quando necessário é fundamental para aliviar o peso das responsabilidades do cuidado.


É essencial adaptar essas medidas às necessidades específicas do paciente e à fase da doença em que ele se encontra. É importante destacar que uma filha ou um cuidador que assume toda a responsabilidade sem um apoio familiar e médico adequados corre o risco de sobrecarga e adoecer, desenvolvendo sintomas relacionados ao cuidado excessivo.


Portanto, é fundamental que o cuidador se mantenha informado, busque apoio e cuide de si mesmo para poder oferecer um cuidado de qualidade ao paciente com demência. O cuidado é uma jornada desafiadora, mas com suporte adequado, é possível enfrentar os desafios com mais tranquilidade e preservar a saúde e o bem-estar de todos os envolvidos.

Sobre o Médico

Dr. Gabriel Bortoli


Médico Neurologista | CRM-PR: 41011 | RQE 32992


Sou o Dr. Gabriel Bortoli, médico neurologista apaixonado pela minha profissão. Minha jornada acadêmica começou na Universidade Estadual de Maringá, onde me formei em Medicina.


Após concluir a graduação, busquei aprimorar meus conhecimentos e habilidades na área de Neurologia. Realizei minha Residência de Neurologia no renomado Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, local em que tive a oportunidade de aprender com os melhores profissionais da área.


Concluída a residência, recebi o convite dos professores de Neurologia da USP para ser Preceptor da residência de Neurologia, cargo que exerço atualmente, o que me permite compartilhar, de forma detalhada e precisa, minha paixão e conhecimento com os residentes em formação. Para mim, ensinar é uma oportunidade de contribuir para a formação de novos profissionais e disseminar o amor pela neurociência.


Meu interesse pela neurociência começou antes mesmo da graduação. Durante o período escolar, desenvolvi interesse por artigos e revistas de neurociência. Contudo, no terceiro ano do ensino médio, percebi que esse hobby poderia ser minha profissão. Foi quando decidi estudar medicina, o que combinou minha paixão pela área com a possibilidade de ajudar pessoas.


Com minha dedicação e amor pela profissão, sou um profissional comprometido em proporcionar um atendimento cuidadoso e preciso aos meus pacientes, aliando o que há de mais moderno e eficaz em minha área. Minha sólida formação, juntamente da paixão pela neurologia, permite que eu ofereça o melhor atendimento possível ao paciente, tomando o tempo que for necessário numa consulta para compreender suas necessidades e fornecer um tratamento de excelência.

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Dúvidas Frequentes

Conheça as respostas para as dúvidas mais frequentes em consultório

  • O Alzheimer tem cura?

    Atualmente, não há cura para a doença de Alzheimer. O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva e irreversível que afeta o cérebro, resultando em perda de memória, dificuldades cognitivas e alterações comportamentais. No entanto, a qualidade de vida durante esse período pode ser completamente diferente com o acompanhamento adequado.

  • Como posso prevenir o Alzheimer?

    Embora não seja possível prevenir totalmente o Alzheimer, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco ou atrasar seu aparecimento. 40% das causas de demência são preveníveis, enquanto os outros 60% são fatores de risco desconhecidos. Adote um estilo de vida saudável com dieta equilibrada, exercícios físicos regulares e controle de peso, pressão arterial e colesterol. Mantenha o cérebro ativo com atividades mentais desafiadoras e uma vida social ativa. Tenha uma boa higiene do sono, gerencie o estresse e cuide da saúde mental. Mantenha um acompanhamento médico regular. Embora essas medidas não garantam a prevenção do Alzheimer, elas podem contribuir para a saúde do cérebro e reduzir o risco de desenvolvimento de demências.

  • Quais são os estágios da doença de Alzheimer e como eles progridem?

    A doença de Alzheimer é geralmente dividida em três estágios: leve, moderado e grave. No estágio leve, os sintomas iniciais começam a aparecer, como dificuldade em lembrar informações recentes, desorientação em relação ao tempo e ao espaço, problemas de linguagem e mudanças sutis no comportamento. Nessa fase, a pessoa ainda consegue realizar atividades diárias, mas pode precisar de ajuda para lidar com tarefas mais complexas.


    No estágio moderado, os sintomas se tornam mais evidentes e afetam significativamente a vida do indivíduo. A perda de memória se acentua, ocorrem dificuldades na realização de tarefas simples, como vestir-se e tomar banho, e podem surgir alterações de personalidade, agitação e agressividade. Nessa fase, a pessoa precisa de apoio e supervisão constantes.


    No estágio grave, a pessoa perde quase toda a capacidade de se comunicar e se torna completamente dependente de cuidados. A memória de longo prazo também é afetada, e os sintomas incluem dificuldade para engolir, incontinência urinária e fecal, rigidez muscular e problemas de locomoção. Nessa fase, a assistência e os cuidados intensivos são essenciais para garantir o conforto e a segurança do paciente, visando uma fase final da vida com dignidade e sem sofrimento.


    É importante lembrar que a progressão da doença pode variar de pessoa para pessoa, e cada estágio pode durar diferentes períodos de tempo. O acompanhamento médico e o suporte familiar são fundamentais para adaptar os cuidados de acordo com as necessidades individuais do paciente.

  • A demência é a mesma coisa que o Alzheimer?

    Não, demência e doença de Alzheimer não são a mesma coisa, embora haja uma relação entre elas. A demência é um termo geral usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a função cognitiva, como memória, raciocínio, linguagem e habilidades sociais, de forma significativa o suficiente para interferir nas atividades diárias de uma pessoa. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência e representa cerca de 60 a 80% dos casos. No entanto, existem outras formas de demência, como a demência vascular, a demência por corpos de Lewy e a demência frontotemporal, que têm causas e características diferentes.

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