Epilepsia

Neurologista em Maringá


A epilepsia é um distúrbio neurológico que causa crises epilépticas recorrentes. Essas crises são causadas por atividade elétrica anormal no cérebro, levando a sintomas como convulsões, perda de consciência e movimentos involuntários. Essa condição pode afetar pessoas de todas as idades e pode ter diferentes causas, como lesões cerebrais, condições genéticas ou alterações metabólicas. Embora a epilepsia possa ser impactante, com tratamento adequado, é possível levar uma vida plena e controlar totalmente as crises. Muitos pacientes com epilepsia são diagnosticados erroneamente como síncope ou desmaios e acabam consultando primeiro o cardiologista antes do neurologista.

Qual a diferença entre convulsão e epilepsia?

A convulsão é um evento súbito e transitório que envolve contrações musculares intensas e descontroladas, podendo ser causada por diversas condições, como febre alta, traumas ou distúrbios metabólicos. Por outro lado, a epilepsia é um distúrbio neurológico crônico caracterizado por crises epilépticas recorrentes. A epilepsia pode ser uma causa de convulsão, mas nem toda convulsão é necessariamente devida à epilepsia.

Causas da epilepsia

A epilepsia pode ser causada por uma variedade de fatores. Lesões cerebrais, como traumatismo craniano, acidente vascular cerebral ou infecções do sistema nervoso central, podem levar ao desenvolvimento da epilepsia. Condições genéticas também desempenham um papel importante, com certos genes predispondo uma pessoa a ter crises epilépticas. Além disso, distúrbios metabólicos, como desequilíbrios químicos no cérebro, também podem desencadeá-la. Outras causas incluem tumores cerebrais, malformações congênitas, doenças neurodegenerativas e consumo excessivo de álcool ou drogas.


Uma doença bem comum em adultos é a Esclerose Mesial Temporal. Essa doença se caracteriza por uma lesão pequena no lobo temporal do nosso cérebro e gera crises em que, antes da manifestação motora, os pacientes sentem um mal-estar na barriga que se ascende até o pescoço e, após isso, viram a cabeça para um lado de forma fixa, podendo evoluir para uma crise generalizada ou não. Essa condição sempre deve ser investigada, pois os pacientes que não respondem ao tratamento com medicação podem ser candidatos à cirurgia e ficar totalmente livres de crises.

agende uma consulta

O que pode desencadear uma crise convulsiva?

Existem vários fatores que podem desencadear crises convulsivas em pessoas com epilepsia. Alguns dos principais fatores incluem: falta de sono adequado ou mudanças no padrão de sono; estresse emocional intenso; consumo excessivo de álcool ou drogas; febre alta; interrupção repentina da medicação anticonvulsivante; exposição a luzes piscantes, como em jogos de videogame ou shows; infecções do sistema nervoso central; desidratação severa; estímulos sensoriais intensos, como sons altos ou odores fortes; e distúrbios metabólicos, como hipoglicemia. É importante que as pessoas com epilepsia estejam cientes desses fatores e busquem evitar ou gerenciar esses gatilhos sempre que possível.

Quais os riscos de uma nova crise?

A epilepsia não tratada ou inadequadamente controlada apresenta vários riscos significativos. Uma nova crise convulsiva pode resultar em lesões físicas, como quedas, fraturas ósseas, traumatismos cranianos ou queimaduras. Além disso, as crises convulsivas podem afetar a segurança pessoal, especialmente em situações como dirigir veículos ou operar máquinas. As crises repetidas também podem levar a danos cerebrais progressivos, que podem afetar a função cognitiva, a memória e a qualidade de vida em geral. Convulsões frequentes também podem causar impacto emocional, social e psicológico significativo, resultando em isolamento e dificuldades relacionais, acarretando em grande perda da qualidade de vida quando não tratadas.

Como é feito o diagnóstico?

A epilepsia é uma doença de etiologia multifatorial, ou seja, pode ter várias causas, desde genéticas até adquiridas. Ela é caracterizada por duas ou mais crises convulsivas que ocorrem com um intervalo maior que 24 horas, sem um claro fator desencadeante. É necessário realizar um exame clínico detalhado que explore as características das crises convulsivas, sua duração, intervalo, recorrência, presença de fator desencadeante e outros sintomas associados. Exames complementares laboratoriais (como hemograma, glicemia, etc.) e de neuroimagem (tomografia/ressonância magnética de crânio) também são importantes, assim como o eletrocardiograma, que é realizado em todo paciente que sofre perda de consciência (síncope), para investigar causas cardíacas. Um exame essencial na avaliação da crise epiléptica é o eletroencefalograma, que pode evidenciar a área com atividade elétrica cerebral alterada e ajudar inclusive na monitorização do tratamento.

Epilepsia tem cura?

A epilepsia não tem cura definitiva na maioria dos casos, no entanto, com o tratamento adequado, a maioria das pessoas com epilepsia pode viver sem novas crises e ter uma qualidade de vida normal. O objetivo principal do tratamento é reduzir a frequência e a intensidade das crises convulsivas, bem como melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento cirúrgico, quando bem indicado, pode deixar sem crises um paciente com crises de difícil controle medicamentoso.

Quais são os tratamentos de Epilepsia?

Existem diferentes tipos de tratamentos disponíveis para a epilepsia, e o tipo de tratamento escolhido dependerá do tipo de epilepsia, das características individuais do paciente e da resposta aos tratamentos anteriores. Alguns dos principais tipos de tratamento incluem:

  • Medicamentos antiepilépticos: são a opção de tratamento mais comum e eficaz. Existem vários medicamentos disponíveis e a escolha é feita pelo médico considerando o tipo de epilepsia, idade, sexo, interação com outras medicações e efeitos colaterais.
  • Cirurgia: Em alguns casos, a cirurgia pode ser uma opção viável. Ela pode envolver a remoção de uma área específica do cérebro que está causando as crises ou a implantação de dispositivos para controlar as crises.
  • Estimulação Vagal: Envolve a implantação de um dispositivo que estimula o nervo vago, ajudando a reduzir a frequência e a intensidade das crises.
  • Terapia de estimulação cerebral profunda: Envolve a implantação de eletrodos no cérebro, que emitem estímulos elétricos para controlar as crises.


A maioria das pessoas com epilepsia tem suas crises controladas com o tratamento medicamentoso e, portanto, podem ter uma vida normal, com pouca ou nenhuma limitação. O reconhecimento das crises e o diagnóstico correto permitem que o melhor tratamento seja iniciado precocemente e que o paciente possa retomar normalmente suas atividades.

O que é a cirurgia para Epilepsia?

A cirurgia para epilepsia é um procedimento médico realizado em pacientes com epilepsia refratária, ou seja, que não respondem aos medicamentos antiepilépticos. Seu objetivo é controlar ou reduzir significativamente as crises epilépticas, melhorando a qualidade de vida do paciente. Existem diferentes tipos de cirurgias, dependendo da origem das crises no cérebro.


Algumas técnicas cirúrgicas envolvem a remoção de uma área específica do cérebro que está causando as crises, como na esclerose mesial temporal, enquanto outras podem incluir a desconexão de certas regiões cerebrais ou a implantação de dispositivos para estimulá-lo e reduzir as crises.


A decisão de realizar a cirurgia é baseada em uma avaliação completa do paciente, incluindo exames de imagem, avaliação neuropsicológica e monitoramento das crises. É importante ressaltar que a cirurgia para epilepsia é uma opção considerada quando outros tratamentos não são eficazes, e sua realização requer uma equipe médica especializada e experiente.

Sobre o Médico

Dr. Gabriel Bortoli


Médico Neurologista | CRM-PR: 41011 | RQE 32992


Sou o Dr. Gabriel Bortoli, médico neurologista apaixonado pela minha profissão. Minha jornada acadêmica começou na Universidade Estadual de Maringá, onde me formei em Medicina.


Após concluir a graduação, busquei aprimorar meus conhecimentos e habilidades na área de Neurologia. Realizei minha Residência de Neurologia no renomado Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, local em que tive a oportunidade de aprender com os melhores profissionais da área.


Concluída a residência, recebi o convite dos professores de Neurologia da USP para ser Preceptor da residência de Neurologia, cargo que exerço atualmente, o que me permite compartilhar, de forma detalhada e precisa, minha paixão e conhecimento com os residentes em formação. Para mim, ensinar é uma oportunidade de contribuir para a formação de novos profissionais e disseminar o amor pela neurociência.


Meu interesse pela neurociência começou antes mesmo da graduação. Durante o período escolar, desenvolvi interesse por artigos e revistas de neurociência. Contudo, no terceiro ano do ensino médio, percebi que esse hobby poderia ser minha profissão. Foi quando decidi estudar medicina, o que combinou minha paixão pela área com a possibilidade de ajudar pessoas.


Com minha dedicação e amor pela profissão, sou um profissional comprometido em proporcionar um atendimento cuidadoso e preciso aos meus pacientes, aliando o que há de mais moderno e eficaz em minha área. Minha sólida formação, juntamente da paixão pela neurologia, permite que eu ofereça o melhor atendimento possível ao paciente, tomando o tempo que for necessário numa consulta para compreender suas necessidades e fornecer um tratamento de excelência.

Saiba mais

Dúvidas Frequentes

Conheça as respostas para as dúvidas mais frequentes em consultório

  • A epilepsia é uma doença hereditária?

    Sim, a epilepsia pode ter uma predisposição genética, o que significa que existe uma tendência de ser transmitida de uma geração para outra. No entanto, nem todas as formas de epilepsia são hereditárias. Alguns casos de epilepsia são causados por mutações genéticas específicas que podem ser passadas de pais para filhos. Em outros casos, a epilepsia pode ser resultado de fatores ambientais ou lesões cerebrais adquiridas ao longo da vida. É importante consultar um médico especialista para avaliar o histórico familiar e entender melhor o risco de hereditariedade da doença em cada caso específico.

  • Como devo agir caso testemunhe alguém tendo uma crise epiléptica?

    Ao presenciar uma crise epiléptica, siga estas orientações: Mantenha a pessoa segura e coloque algo macio embaixo da cabeça, afastando objetos perigosos. Não restrinja os movimentos da pessoa. Vire-a de lado para evitar engasgos. Não insira nenhum objeto na boca durante a crise. Observe a duração da crise. Chame ajuda imediatamente e ligue para o SAMU (192) se a crise durar mais de 5 minutos. Fique com a pessoa e ofereça apoio emocional. É importante lembrar que cada pessoa pode ter um tipo de crise diferente, e nem todas as crises são necessariamente devido à epilepsia. Se a pessoa não tiver um diagnóstico prévio de epilepsia, é recomendável procurar atendimento médico imediatamente após a ocorrência da crise.

  • Posso dirigir se tenho epilepsia?

    No Brasil, as pessoas portadoras de epilepsia podem obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e dirigir, desde que atendam a certos critérios estabelecidos pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). De acordo com a legislação brasileira, é necessário que a pessoa esteja há pelo menos um ano sem crises epilépticas que afetem a consciência ou o controle do veículo. Além disso, é preciso ter um laudo médico que ateste a aptidão para dirigir, emitido por um neurologista especializado em epilepsia. É importante ressaltar que essas informações são gerais e podem sofrer alterações ao longo do tempo. Portanto, é fundamental consultar as leis de trânsito atualizadas e discutir a situação com o médico responsável pelo tratamento da epilepsia para obter orientações específicas e atualizadas.

  • Diagnóstico de epilepsia aposenta?

    No Brasil, o diagnóstico de epilepsia não é automaticamente considerado critério para aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A aposentadoria por invalidez pode ser solicitada se a epilepsia causar incapacidade permanente para o trabalho, segundo as normas estabelecidas pelo INSS, assim como ocorre em outras condições. Para obter o benefício, é necessário passar por uma avaliação médica e comprovar a incapacidade por meio de exames e documentos médicos que atestem a limitação funcional. Cada caso é avaliado individualmente pelo perito, considerando o quadro clínico, a intensidade das crises, o tratamento e o impacto na capacidade de trabalho do segurado.

Agende uma consulta